Exercício Aeróbico e METABOLISMO (AEJ, EPOC, HIIT e Hormônios) DUDU

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– maior oxidação de lipídios (queima de gordura) ocorre com intensidades de exercício por volta de 65% da VO2máx (consumo máximo de oxigênio) ou 75% da FCmáx (FCmáx = 220 – idade,  frequência cardíaca máxima). Indivíduos treinados: 59% a 64% do VO2máx. Indivíduos sedentários: 47% a 52% do VO2máx [1].

– quanto maior a intensidade do exercício, maior a EPOC (consumo excessivo de oxigênio após o exercício), que pode contribuir para um maior gasto energético pós-exercício. Porém, o EPOC só apresenta um significado fisiológico quando o exercício é realizado de forma regular (pelo menos 3x por semana) [2]. Embora o custo energético do EPOC em uma sessão de treinamento se mostre pequeno, seu efeito cumulativo poderá ter um impacto positivo no quadro da obesidade. O mesmo raciocínio é válido para a TMR (taxa metabólica de repouso). Entretanto, torna-se interessante ressaltar que a perda de peso e EPOC não tem sido comprovada. Há necessidade de mais e mais estudos para que esse tema seja mais bem compreendido [3].

– O exercício de alta intensidade estimula fatores de transcrição que atuam na biogênese mitocondrial (aumento no tamanho e no número de mitocôndrias). Com o aumento da quantidade de mitocôndrias, a oxidação de ácidos graxos (queima de gordura) é mais estimulada, o que otimizaria o emagrecimento [4].



– Exercícios de alta intensidade também provocam um aumento exponencial na concentração plasmática de GH, enquanto exercícios de longa duração, mas baixa intensidade provocam um pequeno aumento. O aumento da lipólise no tecido adiposo subcutâneo com a transição do repouso para o exercício moderado é estimulado pela epinefrina (adrenalina) através da ativação dos receptores beta adrenérgicos e pela redução da insulina plasmática [4]. Quando as reservas de carboidrato estão baixas, o corpo se volta mais para a oxidação das gorduras para obter energia. Esse processo fica facilitado pela diminuição da concentração de insulina e pelo aumento das concentrações de adrenalina, noradrenalina, cortisol e hormônio do crescimento [5].

– O treinamento intervalado de alta intensidade (TIAI, HIIT) induz alterações no metabolismo muscular semelhantes às induzidas pelo treinamento de endurance; dessa forma, mostra-se tempo-eficiente, pois em um menor tempo de atividade realizada a altíssimas intensidades, resultados semelhantes podem ser alcançados [4, 6]. Não existe uma fórmula específica para HIIT . Dependendo do nível de desenvolvimento cardiovascular , a intensidade de nível moderado pode ser tão lento como caminhar. Uma fórmula comum envolve uma relação de 2:1 de trabalho para períodos de recuperação , por exemplo, 30-40 segundos de corrida forte alternadas com 15-20 segundos de corrida ou caminhada [7].

– A realização de uma sessão de exercício de alta intensidade antes de uma sessão de intensidade mais baixa é capaz de promover uma maior oxidação lipídica e maior gasto energético, o que parece ser uma estratégia interessante para o emagrecimento (exemplo: exercício aeróbico a 50% do VO2máx após treino de força de alta intensidade) [8].



– quando exercícios de resistência moderada é feito para perder gordura corporal, o jejum antes do exercício não aumenta a utilização de lípidos [9]. No entanto, um estudo comparando jejum com estado alimentado (carboidratos) durante o treinamento de endurance por 1-1,5h a 70%da VO2máx 4 dias por semana, mostrou que jejum é mais eficaz do que o estado alimentado para aumentar a capacidade oxidativa muscular e ao mesmo tempo aumenta a degradação IMCL (gorduras armazenadas em gotas em células musculares) induzido pelo exercício . Além disso, o jejum, mas não o estado alimentado, impediu queda da concentração de glicose no sangue em durante o exercício em jejum [10].

– a maior parte dos estudos comparando exercício aeróbico com exercício resistido (hipertrofia) em indivíduos obesos ou acima do peso indicam uma maior eficiência na queima de gordura com o exercício aeróbico.Visando equilibrar compromissos de tempo com benefícios de saúde, parece que o exercício aeróbico é o modo ideal de exercício para reduzir a massa gorda e massa corporal, enquanto um programa incluindo exercício resistido é necessário para aumentar a massa magra em indivíduos com sobrepeso/obesidade de meia-idade [11].

abraços, DUDU HALUCH
[1] Determination of the exercise intensity that elicits maximal fat oxidation.
Achten J1, Gleeson M, Jeukendrup AE; Med Sci Sports Exerc. 2002 Jan;34(1):92-7.
Optimizing fat oxidation through exercise and diet.
Achten J1, Jeukendrup AE. Nutrition. 2004 Jul-Aug;20(7-8):716-27.



[2] Comparison of energy expenditure elevations after submaximal and supramaximal running.
Laforgia J1, Withers RT, Shipp NJ, Gore CJ. J Appl Physiol (1985). 1997 Feb;82(2):661-6.

[3] Efeito do consumo excessivo de oxigênio após exercício e da taxa metabólica de repouso no gasto energético.
Giselle Foureaux; Kelerson Mauro de Castro Pinto; Ana Dâmaso. Rev Bras Med Esporte vol.12 no.6 Niterói Nov./Dec. 2006

[4] Exercício, emagrecimento e intensidade do treinamento, Aspectos fisiológicos e metodológicos; Carnevali Jr., Lima, Zanuto & Lorenzeti, 2ª edição.



[5] Fisiologia do Esporte e do Exercício, 5ª edição.
Aeróbico em jejum, Suplementação e Hormônios (DUDU)

[6] Effect of high-intensity interval exercise on lipid oxidation during postexercise recovery.

Malatesta D1, Werlen C, Bulfaro S, Chenevière X, Borrani F. Med Sci Sports Exerc. 2009 Feb;41(2):364-74. doi: 10.1249/MSS.0b013e3181857edo.

Postexercise fat oxidation: effect of exercise duration, intensity, and modality.
Warren A1, Howden EJ, Williams AD, Fell JW, Johnson NA. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2009 Dec;19(6):607-23.



[7] Wikipedia, High-intensity interval training

[8] Effect of preceding resistance exercise on metabolism during subsequent aerobic session.
Kang J1, Rashti SL, Tranchina CP, Ratamess NA, Faigenbaum AD, Hoffman JR. Eur J Appl Physiol. 2009 Sep;107(1):43-50. doi: 10.1007/s00421-009-1100-z. Epub 2009 Jun 6.
Effect of order of exercise intensity upon cardiorespiratory, metabolic, and perceptual responses during exercise of mixed intensity.
Kang J1, Schweitzer JS, Hoffman JR. Eur J Appl Physiol. 2003 Nov;90(5-6):569-74. Epub 2003 Aug 5.

[9] Exercising fasting or fed to enhance fat loss? Influence of food intake on respiratory ratio and excess postexercise oxygen consumption after a bout of endurance training.
Paoli A1, Marcolin G, Zonin F, Neri M, Sivieri A, Pacelli QF. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2011 Feb;21(1):48-54.
Effect of training in the fasted state on metabolic responses during exercise with carbohydrate intake.
De Bock K1, Derave W, Eijnde BO, Hesselink MK, Koninckx E, Rose AJ, Schrauwen P, Bonen A, Richter EA, Hespel P. J Appl Physiol (1985). 2008 Apr;104(4):1045-55. doi: 10.1152/japplphysiol.01195.2007. Epub 2008 Feb 14.

[10] Beneficial metabolic adaptations due to endurance exercise training in the fasted state.

Van Proeyen K1, Szlufcik K, Nielens H, Ramaekers M, Hespel P. J Appl Physiol (1985). 2011 Jan;110(1):236-45. doi: 10.1152/japplphysiol.00907.2010. Epub 2010 Nov 4.



[11] Effects of aerobic vs. resistance training on visceral and liver fat stores, liver enzymes, and insulin resistance by HOMA in overweight adults from STRRIDE AT/RT.

Slentz CA1, Bateman LA, Willis LH, Shields AT, Tanner CJ, Piner LW, Hawk VH, Muehlbauer MJ, Samsa GP, Nelson RC, Huffman KM, Bales CW, Houmard JA, Kraus WE. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2011 Nov;301(5):E1033-9. doi: 10.1152/ajpendo.00291.2011. Epub 2011 Aug 16.

The effects of aerobic versus resistance training on cardiovascular fitness in obese sedentary females.
Chaudhary S1, Kang MK, Sandhu JS. Asian J Sports Med. 2010 Dec;1(4):177-84.



Effects of aerobic and/or resistance training on body mass and fat mass in overweight or obese adults.
Willis LH1, Slentz CA, Bateman LA, Shields AT, Piner LW, Bales CW, Houmard JA, Kraus WE. J Appl Physiol (1985). 2012 Dec 15;113(12):1831-7. doi: 10.1152/japplphysiol.01370.2011. Epub 2012 Sep 27.




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