INIBIÇÃO DO EIXO HPT E TPC (DUDU)

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O uso de esteroides androgênicos inibe a produção de testosterona e a espermatogênese em homens por meio da supressão do eixo HPT (hipotálamo-pituitária-testicular). Isso pode ser visto através de exames de LH e FSH, que estarão próximo de 0 durante o uso de esteroides. Após a suspensão do uso a testosterona endógena estará suprimida e pode levar meses para voltar a níveis normais, ou mesmo não voltar ao normal se o equilíbrio hormonal estiver muito comprometido, desequilíbrio na relação testosterona/estradiol, níveis elevados de prolactina. Durante o período pós-ciclo os sintomas mais comuns são perda de desejo e diminuição da função sexual, depressão, baixa auto-estima, ganho de gordura, perda acentuada de massa muscular, muitas vezes tudo que foi ganho durante o ciclo (principalmente em pessoas com maior volume muscular).

O uso de esteroides com meia-vida longa, como os esteres decanoato de nandrolona, undecilinato de boldenona, enantato e cipionato de testosterona, durateston, tendem a promover uma supressão muito mais longa do eixo HPT. Isso acontece porque os esteres de meia-vida longa levam muito mais tempo no organismo (1-2 meses), e enquanto os níveis de hormônios exógenos não reduzirem, o eixo HPT permanecerá inibido. A recuperação de um ciclo pode levar de 3 a 6 meses mesmo com o uso de uma boa terapia pós-ciclo (TPC).

O uso de HCG é recomendado na maior parte dos protocolos TPC pelo fato dos níveis de LH e FSH se recuperarem muito antes dos níveis de testosterona. Como a recuperação da testosterona endógena é mais demorada, o papel do HCG ao imitar o LH, é estimular a produção de testosterona pelo testículo de forma direta (nesse sentido a supressão do LH pelo HCG não é uma preocupação), ao contrário dos SERMs (tamoxifeno, clomifeno) e inibidores de aromatase, que estimulam a produção de testosterona de forma indireta, à nível de hipotálamo e hipófise.
O controle dos níveis de estrogênio são peça fundamental na recuperação do eixo HPT, umas vez que quando os níveis de estrogênio (em particular o estradiol) estiverem elevados, isso leva à inibição da produção de testosterona pelo efeito do feedback negativo no hipotálamo e na hipófise. O mesmo vale para a prolactina, embora não esteja claro o mecanismo pelos quais alguns esteroides elevam a prolactina (em particular Hemogenin e trembolona).



Restauração do eixo HPT não serve para garantir a manutenção da massa muscular pós-ciclo, isso é irreal quando se atenta ao fato que o grande ganho de massa muscular foi conquistado com uso de doses de esteroides androgênicos 10-20x superiores aos níveis fisiológicos de testosterona, e com o agravante que durante semanas e meses pós-ciclo seus níveis de testosterona estarão suprimidos, criando um ambiente hormonal agressivamente catabólico, e isso é inevitável, pois mesmo com um bom protocolo TPC a recuperação dos níveis de testosterona tende a levar 2 a 4 meses. Junte a isso sua desmotivação para treinar, baixa libido, então pense bem se você quer realmente passar por isso às custas de um suposto benefício temporário.

Sabe aquele cara grande que diz que TPC funciona, mande ele mostrar o físico e os exames dele 6 meses após um ciclo, caso contrário é papo furado. Intervalos curtos entre ciclos (~2 meses) geralmente não oferecem tempo suficiente para recuperação do eixo HPT, logo você ainda pode manter um bom físico por um período de 2-4 meses após o ciclo. Um intervalo mais realista entre ciclos seria ~4 meses, mas é claro que acho uma bobagem você ligar e desligar o eixo, num ciclo vicioso de evolução e regressão do físico. Não faz sentido.

abraços, dudu haluch

Effects of chronic testosterone administration in normal men: safety and efficacy of high dosage testosterone and parallel dose-dependent suppression of luteinizing hormone, follicle-stimulating hormone, and sperm production.
Matsumoto AM.



Tratado de Endocrinologia Willians




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