CRUISE / TRH (DUDU)

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Cruise ou ponte é a fase em que usuários de esteroides que ficam hormonizados constantemente usam basicamente para 3 finalidades principais:

 

1)      Manutenção dos ganhos do ciclo (BLAST);

2)      Manutenção da saúde, regulação das taxas alteradas durante o ciclo (TGO, TGP, creatinina, colesterol (total, HDL, LDL), hemograma, painel hormonal, etc);

3)      Quebrar platô, uma vez que os ganhos tendem a estagnar em ciclos muito longos (>10-12 semanas), diminuindo significativamente o custo-benefício de se manter em altas doses de esteroides androgênicos.



 

1)      Manutenção dos ganhos:

Na terapia de reposição homonal (TRH) convencional as doses usadas de testosterona costumam ficar na faixa de ~100mg por semana (ou 200-250mg a cada 2-3 semanas), com o objetivo de melhora da função sexual, restabelecimento da sensação de bem-estar geral, manutenção da massa muscular, queima de gordura, etc.  No caso do bodybuilding como a finalidade é a manutenção dos ganhos do ciclo as doses de testosterona no Cruise devem ser suprafisiológicas, uma vez que não é possível manter muita massa muscular com baixo percentual de gordura com doses de testosterona em níveis fisiológicos. Alguns atletas podem optar por outra droga como base no Cruise (deca, boldenona, primobolan, etc), mas em geral a maioria vai preferir testosterona como base, e eu acredito ser a melhor escolha pelos seus efeitos e também por uma manutenção mais equilibrada e controlada dos níveis hormonais. A dose usada no Cruise vai depender da estrutura corporal e experiência do usuário, como também das doses total de andrógenos usadas no BLAST e da dose de esteroides androgênicos auxiliares que ele possivelmente pode querer usar com a testosterona no Cruise, mas acredito que uma boa dose fica na média de ~200-300mg de testosterona por semana (~900-1400 ng/dl). A fim de manter níveis de testosterona mais estáveis os ésteres enantato e cipionato são as melhores opções.

 

2)      Regulação das taxas:

A escolha das drogas no Cruise depende fundamentalmente das drogas que foram usadas durante o BLAST. Taxas como TGO, TGP, bilirrubinas podem estar alteradas se drogas 17 AA (hemogenin, dianabol, oxandrolona, turinabol, halotestin, stanozolol) foram usadas durante ou no final do ciclo, então essas drogas deveriam ser evitadas durante o Cruise ou usadas cuidadosamente, e cuidados com a dieta devem ser fundamentais para regularizar essas taxas. Taxas hormonais como hormônios da tireoide (T3, T4, TSH) não costumam sofrer alterações significativas como o uso de esteroides androgênicos. A maior preocupação dos usuários em geral é com os níveis de estradiol (E2), que naturalmente estarão elevados com o uso de drogas aromatizantes durante o ciclo, e não deve ser uma preocupação se a relação entre testosterona e estradiol permanecer aproximadamente constante (T:E2), já que a redução dos níveis de testosterona durante o Cruise devem levar a uma redução nos níveis de estradiol. No entanto se foram usados inibidores de aromatase (IA: anastrozol, letrozol, exemestano) durante o BLAST, deve-se tomar cuidado para que a suspensão deles durante o Cruise não leve a um efeito rebote do estrogênio enquanto níveis de testosterona são menores nessa fase. Portanto recomendo que as doses de IA devam ser reduzidas gradativamente e que se use drogas antiestrogênicas (SERM’s: tamoxifeno ou clomid; proviron)  durante o Cruise para controlar possíveis colaterais estrogênicos (ginecomastia, pressão alta, retenção, etc) devido a um desequilíbrio entre andrógenos e estrógenos. Portanto os níveis de estradiol não precisam ficar necessariamente no intervalo normal (10-50 pg/mL), uma vez que a relação entre T:E2 permaneça aproximadamente constante, o mesmo valendo para a relação T:DHT, já que níveis de DHT serão maiores com doses maiores de testosterona. Alguns usuários também se preocupam com níveis de prolactina, mas em geral esse hormônio fica dentro dos intervalos de referência, e sua alteração em geral não é uma preocupação, já que os principais colaterais são ginecomastia (que em geral pode ser resolvida com o uso de Dostinex ou Parlodel), inibição do eixo HPT (que não é uma preocupação para quem está on fire). Uma das principais taxas alteradas durante o uso constante de esteroides androgênicos é o colesterol (total, LDL, HDL), principalmente por drogas como stanozolol, hemogenin (os 17AA em geral), portanto essas drogas devem ser evitadas durante o Cruise, mesmo porque a própria testosterona já reduz níveis de HDL, assim como a nandrolona. Esse é mais um motivo para adicionar tamoxifeno no seu Cruise, já que além bloquear efeitos estrogênicos ele mostrou melhorar perfil lipídico (reduzindo colesterol total e LDL). A alternativa mais eficiente para aumentar níveis de HDL significativamente é o uso de Niacina, considerando que o usuário já mantém uma alimentação saudável durante o ciclo, mas o cuidado com as drogas escolhidas é fundamental.

 

3)      Quebra de platô e escolha das drogas no Cruise:

Como disse anteriormente a melhor escolha para droga base no Cruise é a testosterona (~200-300mg por semana), mas o usuário também pode combinar drogas anabólicas auxiliares para ajudar na manutenção dos ganhos pensando numa possível sinergia com a testosterona. É bom evitar drogas orais 17 AA (oxandrolona, stanozolol, hemogenin)  durante o Cruise porque essas drogas costumam reduzir fortemente o colesterol bom (HDL), e o colesterol é uma das taxas que mais sofre alteração com o uso de esteroides, e um Cruise bem feito deve tentar manter perfil lipídico próximo dos valores normais. Drogas injetáveis em doses baixas podem ser uma opção (masteron, primobolan, deca, boldenona) combinadas com testosterona, principalmente no sentido de manter aromatização sob controle, mantendo a testosterona em uma dose mais baixa. Para potencializar a quebra de platô para o próximo BLAST é importante que as doses totais de esteroides androgênicos usadas no Cruise não sejam muito altas, e acredito que uma média boa seja que a dose semanal total de androgênios usadas no Cruise seja ~1/4 – 1/5 da dose semanal total usada no BLAST. O tempo de duração do Cruise também não deve ser muito curto (<4 semanas), e acredito que um tempo razoavelmente bom para quebrar platô e regular as taxas seja da ordem de ~6-8 semanas, sendo muito aconselhável que os exames para verificar suas taxas sejam feitos aproximadamente no final do Cruise. Alguns usuários também podem querer usar HCG durante o cruise, principalmente se tiverem muita atrofia testicular durante o ciclo ou se desejar aumentar volume ejaculatório (mais por uma questão de bem-estar por sentir suas bolas vivas, do que uma necessidade). O uso do proviron também é uma boa opção, já que além do efeito antiestrogênico ele também reduz níveis de SHBG significativamente (aumentando testosterona livre, disponibilidade dos andrógenos), e muitos usuários relatam grande melhora na libido e na sensação de bem estar usando essa droga.



 

Para finalizar, acredito que o treinamento no Cruise deve ser menos volumoso, com cargas boas, a fim de manter um bom estímulo para segurar os ganhos, dar mais descanso para o corpo, por se tratar de um período recuperativo e de manutenção dos ganhos. Continuar uma dieta de bulk ou cutting no Cruise, é totalmente contra-produtivo para ganhos, já que como disse é uma fase para tentar manter o máximo possível dos ganhos e regular suas taxas, a fim de manter sua saúde da melhor forma possível usando esteroides androgênicos constantemente. Mas se você está saindo de um cutting, pode ajustar a dieta, aumentando os carboidratos gradativamente sem muito risco de ganhar gordura, devido ao chamado efeito catch-up do crescimento (efeito rebote da dieta).

 

Fonte:

Dudu Haluch

Endocrinologia Feminina e Andrologia, Ruth Clapauch

Fisiologia Médica, W. Ganong

Endocrinologia Básica e Clínica, DE GREENSPAN

O EFEITO CATCH-UP DO CRESCIMENTO. PQ NÃO TER MEDO DO CATABOLISMO (DUDU)

Abraços, DUDU HALUCH




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