EVOLUÇÃO E NUTRIÇÃO (DUDU)

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Nossos ancestrais comiam pouca GORDURA SATURADA e a dieta NÃO era LOW CARB!

Os achados arqueológicos e paleontológicos mostram q a dieta dos nossos ancestrais era rica em proteínas (cerca de 30% ou mais de calorias), moderada em carboidratos (35-65%, vegetais e frutas) e baixa/moderada em gordura (cerca de 20-35% das calorias, com pouca gordura saturada). Claro que o aspecto qualitativo é o diferencial e o padrão dietético poderia ser muito variável de acordo com a população e região. Alguns poderiam comer até 35-65% de carne animal, sendo boa parte de animais marinhos. Isso explica porque a quantidade gordura saturada era menor e de ômega 3 era maior, aproximadamente igual a de ômega 6. Nossos ancestrais comiam poucos grãos, assim como também não criavam porco para fazer bacon.

“Está claro que as dietas humanas ancestrais derivam de dietas de primatas superiores que foram esmagadoramente compostas por plantas, suplementada por insetos e (em algumas espécies) uma pequena quantidade de carne animal. Evidências fósseis mostram que esse padrão continuou a ser verdadeiro nos primeiros hominídeos bípedes (entre 6 e 2 milhões de anos atrás), com um particular ênfase nos tubérculos e em grandes nozes e sementes. A dependência da carne animal aumentou substancialmente após 2 milhões de anos com a evolução do Homo habilis e especialmente do Homo Erectus, uma espécie claramente capaz de caçar grande caça, uma habilidade compartilhada pelos humanos modernos. No entanto, aponta para continuação significativa (se não predominante) da dependência de alimentos vegetais”.

A quantidade de colesterol da dieta também era semelhante ou maior que a nossa (acima das diretrizes de 300 mg/dia), mas o colesterol sérico de populações de coletores-caçadores é baixo (cerca de 135 mg/dL ou menos). Além disso, nossos ancestrais tinham uma ingestão de fibras absurdamente alta, de até 150 g/dia, mas não menor que 70 g/dia, o que já é bem superior às diretrizes atuais de ~30 g/dia.



Muitos criticam que a expectativa de vida dos nossos ancestrais era baixa (30-35 anos), mas isso não era pela ausência de indivíduos idosos, e sim pela alta taxa de mortalidade infantil. Nossos ancestrais sofriam muito pouco com as doenças crônicas da atualidade, como câncer, doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão (ingestão de sódio era muito baixa), obesidade. Esse texto não é para defender uma dieta paleolítica, até porque muita gente deturpa o modelo dietético dos nossos ancestrais. Apenas para mostrar que podemos ter algumas direção do que constitui uma alimentação saudável baseado na alimentação dos nossos ancestrais e provavelmente algumas de nossas diretrizes atuais vão mudar daqui um tempo com mais estudos clínicos e epidemiológicos (vide o colesterol).

Lembrando que nossos ancestrais provavelmente tinham uma alta ingestão calórica (semelhante ou superior a nossa) e também um grande gasto de energia por atividade física. Além de uma alimentação de péssima qualidade, com alta ingestão de sódio, gorduras trans, saturadas e carboidratos refinados, a população atual é cada vez mais sedentária.

abraços, Dudu Haluch

REFERÊNCIAS:

Paleolithic Nutrition, twenty-Five years later. Melvin Konder & S. Boys Eaton

Omega-6/omega-3 Essential fatty acid ratio and chronic diseases. Artemis Simopoulos




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